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A Busca da Águia - Xamanismo

A Busca da Águia

 

No livro ” The Eagles Quest” ( La Busqueda Del Aguila) em Espanhol, Fred Alan Wolf, ele relata a seguinte passagem :

 Descobri que a Ayahuasca, havia sido encontrada em achados arqueológicos no Equador, e que outras plantas enteógenas foram utilizadas em épocas tão antigas como o ano 3.000 a.C.

Li que o Equador fora habitado durante os 11.000 anos passados, e que existia uma grande quantidade de figuras de cerâmica da península de Santa Elena, 4.000-2000 a.C., em que se observa pessoas mastigando folhas e inalando plantas.

As figuras também mostraram a existência de xamãs.

Algumas figuras pareciam relatar os efeitos mentais produzidos por estas plantas sagradas.

A maior parte do consumo de Ayahuasca se produz na região amazônica do Equador, que por distintas razões não tem sido ponto de interesse para estudo dos arqueólogos. Me perguntei porque e fui estudando outros materiais.

Num estudo de Luis Luna, descobri que os xamãs também eram conhecidos pelo termo “Vegetalistas”( nos também os conhecemos como ayahuasqueiros) .

Luna classificava funções importantes e distintas, relacionadas com o uso de Ayahuasca. Uma função importante numa sessão de Ayahuasca, é o Icaro, o canto do xamã. Eles tem a finalidade de invocar o espírito das plantas, de espíritos xamãs, de outros espíritos. Também para viajar à outros reinos. Os Icaros podem modificar ou sintonizar a visão.

Os xamãs podem cantar certos cantos que produzem um entrecruzamento no campo visual. Oss cantos induzem visões de formas geométricas(mandalas). Angelika Gebhart Sayer, uma antropóloga da Universidade de Tübingen, Alemanha, escreve no estudo de Luna :

– Os cantos do xamã podem, por assim dizer, serem ouvidos de um modo visual. O geométrico pode ser visto acusticamente. Este fenômeno de entrecruzamento, se vê citado em ocasiões no texto do canto xamânico.

Creio que a pauta de entrecruzamento pode estar relacionada, segundo minha teoria – diz F. A. Wolf, sobre o modo que funciona o cérebro. A Ayahuasca atinge o córtex neuronal tanto na área auditiva como visual. Normalmente o estímulo do som, atinge principalmente o córtex auditivo. As outras regiões corticais não são afetadas. Mas, dentro da manifestação da Ayahuasca, parece que todo o córtex é estimulado, incluindo o córtex visual. Portanto, o som pode atuar como um estímulo para a visão

Um bom ayahuasqueiro, prossegue Wolf, prepara sempre sua bebida para que quem a tome se sinta “mareado” com o fim de produzir a manifestação completa. Uma boa beberagem eles denominam de “seveclarito”, que significa que as visões são claras e reais.

Os ayahuasqueiros também aliam a Ayahuasca com a alimentação, posto que a comida que entra no estômago, e nos intestinos para sua digestão, interfere com os efeitos da Ayahuasca.

Aprendem qual é a comida que os ajudam (geralmente leves, sem carnes) e quais são prejudiciais.
Portanto, a Ayahuasca é um mestre, uma vez que conhecemos seus ensinos, ela diz o que devemos ingerir.

A Ayahuasca, como outros enteógenos, são utilizadas tanto para explorar este mundo, como os paralelos, que estão além de nossa percepção corrente. Ao ingeri-la o ayahuasqueiro liberta-se dos limites normais de espaço-tempo deste mundo e, mediante treino, viaja livremente de mundo a mundo. O fator chave para isso é a dieta. Aprendi que quanto mais profundo o aluno entra na dieta, mais longe ele viajará.

Nem todas as viagens são primorosas. A ideia ocidental de “bad trip”, é feita de uma forma diferente entre os vegetalistas. Os xamãs se relacionam a essas viagens como “purga-brava”. Geralmente estão relacionadas com a ruptura da dieta, ou das restrições sexuais. Segundo alguns descobrimento de Luna, é melhor evitar relações sexuais alguns dias antes e depois da cerimônia com Ayahuasca.

Em outras ocasiões, uma má viagem pode ser de um mal enviado por outros xamãs (magia-negra).

Alguns xamãs creem que existem pessoas com “almas débeis”. Estas pessoas não são aconselhadas a tomar Ayahuasca. Se fazem, podem cometer loucuras, como desnudarem-se e correr para a selva, ou brigar com outros participantes.

Muitos nativos tem explicado que ao tomarem o cipó visionário, se convertem em animais, normalmente serpentes ou jaguares. Muitos se veem devorados por jiboias ou as jiboias entrando em suas bocas.

Entretanto, os xamãs insistem que sejam quais forem as visões, por mais terríveis e aterradoras que pareçam, a pessoa deve permanecer o mais calmo que possa. Inclusive se aparecer um espírito maligno. Se a pessoa não se assusta e permanece tranquila, o espírito não tem poder de fazer mal algum. Está protegida pelo espírito da Ayahuasca.

Luna descreve as regras de respeito que devem ser guardadas nas viagens com Ayahuasca :

* Algumas plantas e animais contém espíritos poderosos. Através deles pode-se conseguir conhecimento e poder.
* Para aprender sobre esses espíritos, deve-se seguir uma dieta estrita e manter a contenção sexual.
* Estas plantas são ferramentas para explorar o reino natural e sobrenatural.
* Neste reino há perigos. Um noviço só deve utilizar a Ayahuasca na presença de um xamã experimentado.
* Um noviço necessita de espíritos para que os protejam em suas viagens.
* Os sonhos e visões podem ser manipulados pelo xamã
* No peito do xamã se guarda conhecimento e poder
* O canto do xamã contém conhecimento e poder
* A enfermidade é fruto d atos de espíritos ou bruxos malignos
* O espírito é patógeno. Tem uma manifestação material, em forma de um inseto ou fragmento de osso.
* Os espíritos são evocados e direcionados pelo canto do xamã, e também pelo uso do fumo do tabaco.

 

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