Michael Harner
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Através de sua heróica viagem e de seus esforços, o xamã ajuda seus pacientes a transcenderem a noção normal e comum que tem a cerca da realidade, inclusive a noção de sí próprios como doentes.
Xamã é uma palavra da língua dos povos Tungus da Sibéria e foi adotada amplamente pelos antropólogos para se referirem à pessoas de uma grande variedade de culturas não ocidentais, que antes eram conhecidas por palavras tais como: bruxo, feiticeiro, curandeiro, mago, mágico, vidente.
O xamã é um homem ou uma mulher que entra em estado alterado de consciência – quando quer – para ter contato com uma realidade habitualmente oculta, usando-a para adquirir conhecimento e poder, e com isso, ajudar outras pessoas. O xamanismo costuma ter, pelo menos um – quase sempre mais do que um – “espírito” a seu serviço pessoal.
O xamanismo representa o mais difundido e antigo sistema metodológico de tratamento da mente e do corpo que a humanidade conheceu. Dados arqueológicos e etnológicos dizem que os métodos xamânicos tem pelo menos trinta mil anos. É bem possível que esses métodos sejam ainda mais antigos porque afinal, primatas que poderiam ser chamados de homens estiveram neste planeta por mais de dois ou três milhões de anos.
Os xamãs dedicam-se especificamente à cura, mas também tratam de adivinhação, vendo o passado, o presente e o futuro para outros membros da comunidade. O xamã é um vidente. O xamã muda de uma realidade para outra, um magnífico atleta dos estados alterados de consciência voltado para feitos míticos.
No xamanismo, a manutenção do poder pessoal é fundamental para o bem estar. A prática do xamanismo exige auto-disciplina e dedicação. O xamã é capaz de mover-se entre os diversos estados de consciência.
O conhecimento xamânico verdadeiramente importante é o que se experimenta, não pode ser obtido a partir de um outro. O xamanismo é uma estratégia de aprendizado pessoal e de ação segundo esse aprendizado.
O xamã é uma pessoa que trabalha em Estado Xamânico de Consciência (estado extático, transe, estado transcendente – onde a pessoa percebe uma “realidade incomum”) e deve conhecer os métodos básicos para realizar esse trabalho.