Mario Mercier
A Magia natural, à semelhança daquela das crianças antes de sofrerem o condicionamento dos adultos, é uma forma de ver e de sentir o mundo. Esse mundo é, de resto, de uma multiplicidade incrível. Pode ser visto e vivido segundo o nível de consciência com que seja observado. Tudo nele pode parecer real ou ilusório. Ele é como um repouso em movimento. Quem quer que acorde o mundo de maneira fixa é morto.
Viver é transformar-se incessantemente, a exemplo do corpo, esse pentáculo vibratório.
Haveria muito ainda a dizer acerca do modo de abordar a Natureza e de entrar em contato com o psiquismo dos elementos.
Para conhecer nossa finalidade, é preciso inicialmente descobrir nossa origem. Essa origem, nós trazemos na memória, da mesma forma que a natureza tem seus sinais, pois ela é o nosso berço.
Se entrarmos em relação mágica com sua alma, ela nos fará redescobrir muitas coisas em nós, pois falará através de nós.
Fazer amor em espírito com o mar, as montanhas, a terra, as pedras, as árvores, as flores, o vento, o fogo; tomar e estreitar o Universo, fazer-se fecundar por ele, abrasar-se: esse é o ato de fé que deve realizar aquele que se entrega à magia natural, essa magia que toda a criancinha também conhece.
Observar, ver magicamente, isto é, ver o que os outros não procuram ver, é despertar as energias da Natureza. Então, nesse momento, elas se põem a falar e a nos dizer o que devemos fazer para penetrá-las e ser por elas penetrados.