Neuroteologia & Xamanismo
O professor explica xamanismo como neuroteologia (novo termo para designar a ligação original de Deus com o cérebro). Estudo realizado na Universidade de Harvard (Estudo das Religiões do Mundo). O Doutor Michael Winkelman do Departamento de Antropologia, da Universidade do Arizona disse que muitas culturas desenvolveram tecnologias para modificar consciência e induzir experiências espirituais.*
Winkelman diz que o xamanismo está dentro do contexto de neuroteologia. Eruditos reconheceram o xamanismo como uma forma especial de conduta religiosa por séculos. Reconheceu similaridades entre os xamãs de várias culturas em torno do mundo, que inclui o transe ou êxtase, estados modificados de consciência. Referiu-se à Viagem da Alma, voando fora do corpo, projeção astral. Essas experiências são adquiridas quando o xamã passa por experiências de morte e renascimento, adquire o animal guardião e alia forças espirituais.
No seu livro Xamanismo a Ecologia Neural de Consciência e Cura, Winkelman esboça a base neurobiológica do xamanismo, a musica religiosa original da humanidade, a presença universal no mundo ancião, e o seu ressurgimento ao mundo moderno, e como as práticas puderam sobreviver por milênios. As práticas universais de xamanismo estão relacionadas com funções básicas do cérebro, explica também que as experiências tem similaridades no mundo, porque refletem um processo cerebral inato.
Diz que há 40.000 anos atrás, dentro de um conceito de evolução humana, as práticas xamânicas foram fundamentais para a evolução dos seres humanos modernos. Os xamãs ajudaram pessoas a adquirir informação e desenvolver novas formas de pensamento
O xamanismo construía alianças e criava solidariedade nos grupos. Ele diz que não é justo, hoje em dia, considerar xamanismo como práticas ancestrais, e nem ser limitado para sociedades simples. Afirma que o mundo contemporâneo tem tido exemplos com o neo-xamanismo, que são adaptações atuais para os princípios ancestrais.
O ressurgimento do xamanismo no mundo moderno, traz contradições, pois a lógica mostra que essas práticas deveriam desaparecer com o desenvolvimento da racionalidade moderna, porém o xamanismo persiste e cresce em popularidade, principalmente em segmentos mais cultos da sociedade. A neuroteologia explica essa persistência e revitalização do xamanismo, com práticas atuais, refletindo os mesmos princípios da operação de cérebro que engendrou as manifestações originais do xamanismo há milhares de anos atrás.
No seu livro ele descreve esses sistemas do cérebro, suas funções e como eles podem ser usados para melhorar a saúde humana. A ascensão em popularidade de medicamentos alternativos é parte de um desejo das pessoas tomarem conta de seus processos por si mesmas. E, o xamanismo é uma forma de aumentar o poder pessoal de seus praticantes por si mesmos. Ele aborda no livro que práticas xamânicas ajudam pessoas a estabelecerem contato com suas forças intuitivas.
O cérebro, serotonina e sistemas neurotransmissores de apoio são estimulados por práticas xamânicas. Ele se refere à confiança que o mundo atual tem sobre o Prozac e outros, como consequência do afastamento das tradições. O xamanismo cresce devido a sua base natural, e, vai apresentar essas suas ideias em duas conferências este outono (primavera para nós). Organizou um painel de estudos antropológicos de consciência, vai apresentar o Paradigma Xamânico, pela Associação Americana de Antropologia, com reuniões em Washington.