Salve a Salvia
Texto de Christian Scherf
Salvia divinorum é uma espécie do gênero Salvia. Existem aproximadamente 1000 espécies no mundo, mas apenas a Salvia Divinorum é a espécie conhecida que induz visões. A Salvia é um membro de uma grande família de plantas conhecidas como Labiatae. A menta e o orégano também são membros desta família. Salvia Divinorum é uma bonita planta para casa, a suas flores roxas são muito bonitas, podendo ser cultivada somente por isto, mas a grande maioria das pessoas a cultiva interessadas nos fascinantes efeitos psicoativos.
O nome botânico Salvia Divinorum significa Salvia dos Adivinhos . Nas condições certas, usada da maneira correta, a Salvia produz um estado único de Transe Divino. Por centenas de anos, ela foi usada em cerimônias religiosas e de cura pelos Índios Mazatec, que vivem na província de Oaxaca, no México e ficou reservada por eles só para o seu uso xamanico. Vários registros descrevem que esses rituais louvavam a presença de uma entidade feminina ou Deusa Sábia. Daí outros nomes pelas quais a erva é conhecida: Ska Maria Pastora, Yerba de Maria, Erva dos Adivinos entre outros nomes. Há fortes indícios de que a legendária erva Pipiltzintzintli, que os Astecas utilizavam em suas cerimônias rituais, há milhares de anos, era a Sálvia Divinorum.
Muitas pessoas experimentam a Salvia Divinorum agora do que há alguns anos atrás. Isto tem se tornado tanto popular quanto controverso. Salvia Divinorum é uma poderosa erva visionária, uma Planta de Poder, ela não é placebo. Salvia é única. Não é um ácido legal. Não é uma maconha legal. Ela não é um substituto para nenhuma outra droga. Não é comparável com qualquer outra droga. É extremamente importante que você saiba os efeitos, o possível perigo e como evita-lo antes de experimenta-la.
A Salvia tem muito a oferecer: fascinantes efeitos psicoativos, intensificação sensual, jornadas mágicas, encantamento, aparente viagem no tempo, insights filosóficos, experiências espirituais, e talvez até cura e divinização, mas a Salvia é intolerante com a ignorância. Se for usada de maneira estúpida pode virar contra você.
Salvia Divinorum e seu principal ativo salvinorina A, são substâncias legais nos EUA, Europa, Brasil e na maioria dos outros países. A Austrália é o único país que passou a considera-la ilegal. Devemos mostrar seriedade e respeito para manter essa preciosa erva legal para o uso de adultos responsáveis.
Há trabalhos científicos que registram que a Salvia Divinorum tem sido consumida pelos xamãs Mazatecas há centenas de anos, sem haver relatado de dano à saúde, nem qualquer evidência de que tenha provocado qualquer tipo de dependência,seja dependência física ou psíquica. Também não há qualquer evidência científica de ser a salvinorin A e salvinorin B substâncias que causem dependência. Esta planta sagrada é reconhecida e respeitada como tal por vários povos tradicionalistas do México e, entre eles, não há quem conte alguma história negativa a respeito dessa planta. Ao contrário, a Salvia Divinorum foi inserida na cultura espiritual ou religiosa desses povos. Embora nos últimos 10 anos milhares de pessoas do mundo tenham experimentado, ao menos uma vez, as folhas de Salvia Divinorum, tem-se observado que a grande maioria delas não quis mais experimentá-la, ou seja, nunca voltaram a usá-la após a primeira tentativa.
Ao contrário de outras substâncias (estas, em sua maioria, lesivas à saúde), em que se precisa cada vez mais quantidade para obter os mesmos efeitos, há vários registros de que, à medida que a pessoa faz uso da Salvia Divinorum, menor é a quantidade necessária para produzir os mesmos efeitos, este fenômeno é denominado de tolerância reversa. Escutei falar de casos de usuários experientes que só precisariam “pensar” em Salvia Divinorum, para que seus efeitos ocorressem. Este é um entre vários motivos pelos quais se considera impossível alguém ficar “dependente” deste medicamento espiritual. E por outro lado tem-se afirmado que esta planta ao igual que a Ayahuasca serve como tratamento contra dependência de drogas pesadas.
É preciso esclarecer que o uso de plantas ou substâncias são uma opção, e não uma necessidade imprescindível para a evolução espiritual. Aliás, há quem seja totalmente contra o uso de qualquer substância alteradora de consciência. Mas, sempre houve pessoas que acreditaram que a Salvia Divinorum, entre outras plantas sagradas, poderia auxiliar os seres humanos na descoberta da verdade sobre si e sobre o universo. Relatos de meditadores experientes afirmam que a Salvia Divinorum induziria estados de consciência semelhantes ao de meditações muito profundas, obtidas raramente por eles. Neste caso, é opinião quase unânime a de que a Salvia Divinorum apenas deverá ser usada para propósitos meditativos, sendo também ao meu parecer o caminho certo a seguir com esta grandiosa planta de poder.
“As palavras não podem ser usadas para expressar a verdade religiosa”.
Hakim Sanai