O Poder da Madona Negra
Este trabalho começa com um sonho. Um GRANDE SONHO que o Xamã da tribo deve contar a seu povo.
Há 10 anos, em 1981, após minha iniciação xamânica com Michael Harner em Esalen, Califórnia, passei por um sério problema de saúde ao chegar ao Brasil. Tive um acidente vascular cerebral, um aneurisma, e enfrentei a morte e o desmembramento numa real concretização da iniciação xamânica. Minha vida esteve por um fio, e quando entrei na cirurgia eu tinha apenas 1% de possibilidade de sair ilesa e 10% de sobreviver. Nessas terríveis circunstâncias eu tive o Sonho.
Em Roma, na Praça do Vaticano. Eu e meu marido estávamos em uma carruagem negra, puxada por corcéis negros (o coche da morte). Subitamente, no centro da praça eu vejo quatro leões absolutamente soltos e um deles era negro. Eu estava surpresa de ver os leões e as pessoas cruzarem livremente pela praça. Meu marido diz não haver perigo, é necessário somente que todos se respeitem. Nós estávamos indo para uma missa que uma prima minha mandou celebrar como ação de graças. A missa é celebrada pelo Papa em um anfiteatro e há muita gente em volta rezando. O Papa imediatamente se transforma em Anchieta (santo brasileiro que foi padre e poeta na época da colonização). A missa é um poema escrito na areia que havia no anfiteatro. Cada palavra que ele escrevia transformava-se em um botão de rosa sulferino. Quando ele termina, a missa-poema tem a forma de um leque e, como um truque mágico, Anchieta com uma varinha abre todas as rosas. O público que reza a missa está simplesmente maravilhado e ouve-se um “oh” de surpresa e incredibilidade. E eu digo para meu marido: “esta minha prima, sempre espetaculosa!”
Claro, eu escapei desta cirurgia sem sequelas, com o mais completo controle do meu corpo e da minha alma. Mas minha vida recomeçou como a vida de um recém-nascido, e eu precisei de alguns meses para me reabilitar. Durante todo este tempo, uma imagem não me saía da mente: o Leão Negro, nunca visto antes. Desde meu profético grande sonho que predizia minha cura, até hoje o Leão Negro vem revelando os segredos da Madona Negra, nossa grande mãe a quem ele pertence. Ele vem até mim ensinado-me através de sonhos, experiências com meus pacientes, grupos de estudos Xamânicos e minha própria experiência de cura milagrosa. Ensina-me a poderosa força de cura da Madona Negra e guia-me até Ela, pois ele é um dos seus animais sagrados.
QUEM É A MADONA NEGRA?
É a Mãe Terra, o Princípio Feminino, nossa Mãe Primordial, símbolo de Sabedoria e integração e resolução dos opostos.
Como perpetuação das poderosas deusas da antiguidade,ela volta com as características sagradas de Maria – a Virgem. Metaforicamente Virgem, mas não no sentido do Patriarcado, porque não pertence a nenhum homem e sim a todos os homens. Doadora de vida, dela provêm os homens como frutos da terra e à ela todos retornam, à Mãe Natureza, à Deusa Mãe.
Dela é o Espírito Santo – parte feminina de Deus, fogo sagrado que provem do centro da terra. Fazendo macroscópicamente o percurso do fogo serpentino da Kundalini, ele atravessa o corpo da terra, saindo transmutado no Espírito Santo.
A história da Madona Negra possui a qualidade dos mistérios profundos. Contem portanto um segredo herético que não pode ser revelado através da escrita e sim só transmitido pela tradição oral, privilégio dos iniciados. Do que pode ser revelado pela escrita, temos o registro histórico que nos remete aos cultos da Mãe Terra, da Grande Mãe – a Deusa.
“A escuridão precede a luz e ela é me” (inscrito no altar da Catedral de Salerno). A primeira sabedoria era escura e feminina, útero eterno que na tradição religiosa Africana do Candomblé é representada pelo poder ancestral feminino Iyá-mi-Osorongá (minha mãe Osorongá). Este útero eterno, matéria informe, o ventre da terra, é simbolizado pelo igbá – a cabaça que é a totalidade, o conteúdo e o continente. A cabaça contem um pássaro – Atioró, que representa simultaneamente o poder de gestação e o elemento procriado. Iyá-mi é a senhora dos filhos pássaros e é tão poderosa que seu nome não pode ser pronunciado sob pena de destruição destes mesmos filhos. A ambivalência de seu poder aparece no mito que conta que quando chegaram ao mundo as Iyá-mi-Eleyé, as mulheres pássaros fundadoras do mundo, distribuíram-se sobre sete árvores representando os sete tipos de atividades diferentes. Sobre três destas árvores elas trabalharam para o bem, sobre as outras três trabalharam para o mal, e sobre a sétima elas trabalharam tanto para o bem quanto para o mal. Nossa Grande Mãe Iyá-mi a Sustentadora do Mundo contém também em si a Mãe Terrível, mas é primordialmente um símbolo integrador, capaz de aplicar seu poder na resolução de todos os opostos.
Rainha excelsa deste poder feminino ancestral, reina ainda nos dias de hoje, principalmente no Brasil e na Africa, OXUM, a mais eminente das Iyás em um culto vivo às grandes mães. Orixá de todas as águas, rios, cascatas, córregos e inclusive do mar (em país Yorubá), Oxum é a genitora por excelência e ao mesmo tempo mãe ancestral Suprema, ligada à procriação e também patrona da gravidez. Protege os fetos e vela por eles após o parto até enquanto não tiverem armazenado um conhecimento que lhes permita falar. “A cura das crianças lhe pertence e Oxum não deve ser inimiga de ninguém” – texto Yorubá. Oxum é representada em algumas narrações como um peixe mítico, pois os peixes são considerados seus filhos. As escamas do corpo de Oxum, como peixe mítico, simbolizam estes filhos. Da mesma forma que os peixes, os pássaros a personificam. Estes são representados pelas penas. “Seu corpo de peixe ou de enorme pássaro mítico está coberto de escamas ou de penas, pedaços do corpo materno, capazes de separar-se, símbolo de fecundidade e procriação” – Juana Elbein dos Santos.
Nas religiões egípcias e gregas a alma é representada pelo pássaro que sempre acompanhou as Deusas Mães e que acompanha a Madona Negra como o Espírito Santo acompanha Maria.
As mais antigas manifestações do culto à Mãe Terra datam da Pré-história. Uma das manifestações que chegou até nós é uma pequena figura: “La Polichinelle”. Ela foi trazida à luz por um trabalhador perto das cavernas de Grimaldi. Seu perfil mostra nádegas, seios e barriga bem protuberantes. A justificadamente famosa Venus de Sespugne (Pirineus, França) tem nas costas linhas verticais que lembram penas de cauda de pássaro. Em Ur encontramos outro arcaico registro de culto à Deusa Mãe, uma pequena estatueta na qual ela era representada com seu filho divino, ambos com cabeça de cobra.
Ela aparece na Suméria como a popularíssima Inanna de dupla personalidade: de manhã é uma valorosa “Senhora das Batalhas”, deusa dos heróis, e de noite torna-se a deusa da fertilidade, dos prazeres do amor. Fertiliza os graõs da terra e o homem. Não pertence a um só homem, mas a vários. Suas sacerdotisas são as “prostitutas sagradas” que, tais quais as virgens que não pertencem a nenhum homem, elas também no pertencem metaforicamente a nenhum por pertencerem a todos. Têm um ventre múltiplo que é de todos os homens, pois delas é o ventre da deusa Inanna – a Mãe Terra, na qual elas se transformam. O culto a Inanna tinha no ato sexual sua prática principal porque restabelecia a androginia original através da prostituição sagrada.
Vemos a Mãe Terra ser adorada como Isthar na Babilônia e posteriormente como Ísis no Egito e como Astarte entre os hebreus. Na Frígia ela aparece como Cibele (a Diana dos 9 fogos, indicativo de fertilidade).
Como deusa grega recebe o nome de Rea, Gea ou Demeter, sempre densa, profunda, misteriosa e escura. Suas equivalentes romanas são Tellus, Ceres e Maia.
Ainda no Egito a Mãe Terra aparece como Neith, a mais velha e a mais sábia das deusas. Protetora dos mortos e da guerra, estava à frente das artes úteis. Ela é o céu noturno que se arqueia sobre a terra formando com suas maõs e pés as portas da Vida e da Morte. Andrógino primogênito é uma virgem que se fertilizava a si mesma, trazendo a vida que produzia todos os mundos.
A Mãe Terra deusa celta é Annis (ou Anu) e seu culto alcança a Europa.
Porém, onde mais se desenvolveu o culto à Mãe Terra (nossa Madona Negra) foi na cultura cretense-egéia, onde a Deusa Mãe era originariamente venerada em grutas e cujos sacerdotes eram mulheres. Ela é a Lady of the Beasts, das montanhas e dos pássaros. As serpentes e os animais do mundo inferior e os selvagens eram sagrados para ela e a pomba estava na sua coroa como o Espírito Santo está na de Maria. É a mãe animal com os seios sempre a descoberto e que, como uma cabra, porca ou vaca amamenta o menino Zeus. Como indicam as vestes de peles e as roupas das sacerdotisas sempre com os seios a descoberto, o seu culto data da Idade da Pedra. No centro do grande culto à fertilidade em Creta está o touro, o duplo machado (ou labris), o Minotauro e o labirinto.
O touro é o instrumento masculino que fecunda e ao mesmo tempo é a vítima da fecundidade, como atesta o seu sacrifício que ainda hoje encontramos nas touradas.
A deusa de Creta – Demeter dos gregos – é a senhora do mundo inferior, das profundezas da terra e da morte. Seu ventre terreno é o ventre da morte, como também é o centro da fertilidade de onde a vida emana. Entrar no Labirinto significa entrar neste ventre para encontrar a morte e de onde, tal qual o graõ de trigo, sai-se gloriosamente renascido.
AS DEUSAS-MÃES NO MUNDO CRISTÃO – A MADONA NEGRA
Com o começão da Era Cristã declina o culto das divindades de todos os Olimpos. O culto à Mãe-Terra sofre este mesmo declínio e passa a ser clandestino. Chegam até nós somente os ecos de alguns cultos como os mistérios de Eleusis no qual se cultuavam Demeter e Perséfone. Artemisia, em Éfeso, continua por um bom tempo reinando inabalável. Nem mesmo o Apóstolo Paulo conseguiu impedir seu culto. Ela era também Diana, a Hécate do mundo romano, a deusa da madeira e do ramo dourado, sendo este um traço característico dela e das Madonas Negras, que foram muitas vezes encontradas em árvores.
As três grandes deusas do Leste, Isis, Cibele e Diana dos Éfesos, que eram representadas como negras, se estabeleceram no Ocidente antes da romanização.
No mundo celta a adoração das três deusas (Deae Matres) e da deusa égua Epona floresce entre os druidas e continua sob o domínio romano.
No litoral mediterrâneo desde Antibes, Barcelona, até a região da Galícia, desenvolveu-se o culto às três deusas e hoje em dia é onde vamos encontrar a maior concentração de Madonas Negras.
Em geral, é de consenso que as primeiras imagens da Madona Negra e seu divino filho seriam representações de Isis e Horus. Nos últimos séculos do domínio de Roma, o Ocidente acolhia Isis e Cibele ( que chegou a ser no século III a deidade máxima de Lyon, capital das 3 Gálias) como grandes deusas universais. Em Paris, por esta época reinava Isis, até ser substituida cristmente por Santa Genoveva, sua atual patrona.
Os merogínios adoravam a Cibele como a Diana dos Nove Fogos (da fertilidade). Em 679, Dagoberto II o Santo Merogínio, estabeleceu o culto a “Aquela que hoje recebe o nome de Nossa Senhora e que é a nossa Isis Eterna”. Seu nome como Madona Negra era Nossa Senhora da Luz.
Até o século IV percebe-se uma religiosidade baseada na Grande Mãe Universal e suas características suaves de amor, perdão e acolhimento. A igreja cristã, estabelecida a partir de Constantino, porém, privilegia e exige de seus seguidores uma fé cega que enfatiza a masculinidade desafiante e rígida dos seus mártires. As qualidades sublimes e sutís do feminino são renegadas e um período de obscurantismo e clandestinidade se abate sobre o culto das matriarcas Deusas, doadoras de vida, prazer e felicidade. O Patriarcado passa a exercer sua face mórbida e cruel.
O princípio feminino esboça um movimento emergente no Renascimento Gótico. Na França surge no século XII uma ordem religiosa e de cavalaria cercada de mistérios: a Ordem do Prioato de Nossa Senhora do Sion, que interessa-se apaixonadamente pelo culto às Deusas Mães, agora já na figura cristianizada da Madona Negra. A mais importante contribuição histórica do Priorato foi um notável antecedente em batalhar pela igualdade de direitos da mulher.
Porém as Madonas Negras só tornam-se fortemente presentes a partir dos Cruzados. Especialmente os templários que traziam para suas pátrias estatuetas de virgens negras, que eram tidas como exóticas representações pagãs. A grande festa dos Templários era Pentecostes, dia do Espírito Santo, e como vimos, a Pomba pertence à Mãe Terra como o Espírito Santo pertence a Maria.
Pentecostes era também a grande festa Arturiana do Graal, objeto de busca sagrada que aparece por esta época.
Os Templários passaram à história como os guardiões do Graal. O Santo Graal protegia a terra, a nutria e concedia-lhe fertilidade, poderes similares aos da Mãe Terra e da Madona Negra.
O princípio feminino se revela no Graal, como também o culto à corte do Amor praticado pelos Trovadores através da inteira dedicação à Dama.
O século XIV entretanto marca o fim desse reflorescimento do feminino, com as primeiras fogueiras acesas pela Inquisição, que arderam 500 anos. Esta grande fogueira queima e difama os Templários e encabeça a “caça às bruxas”, numa tentativa de eliminar o princípio feminino de prazer, liberdade e bonança da Mãe Terra.
As piras das bruxas só se extinguiram na Era da Razão. Apesar de aparentemente não corresponderem ao ideal da Era da Razão, as pequenas Madonas Negras aparecem como um símbolo de uma Força Formidável, mais antiga e poderosa do que a de um Rei ou Papa.
Elas são uma fonte de vida elementar e incontrolável como a Liberdade. Possuidoras de um espírito e sabedoria própria, não se submetiam a nenhuma organização ou lei nacionalista. A volta da parte feminina de Deus levanta o entusiasmo popular e a humanidade experiência diretamente o sagrado pelas aparições da Virgem de Lourdes e La Salete no século XIX, entre outras.
Paralelamente a estes fenômenos religiosos da aparição da Virgem (no século XX Fátima), surge um fenômeno sociológico que assombrou o mundo. A revolução sexual, a emancipação das mulheres por meio da igualdade de direitos e deveres e o controle da natalidade. Vimos que no culto de Inanna, a prostituição sagrada era o ato que restabelecia a androginia original. Este culto volta no século XII trazendo Madalena como a “prostituta arrependida”. Posteriormente, ela é Santa Maria a Egípcia e são veneradas como Madonas Negras. Esta necessidade de conciliar sexualidade e religião, como nos primórdios do culto à Deusa Mãe Terra, podemos hipotetizar que torna-se o maior legado das Madonas Negras e lhes outorga o poder de integrar opostos. O seu regresso ao primeiro plano da consciência coletiva vem assegurar a queda da rigidez patriarcal.
Olhando com tolerância a busca do prazer pela vida, da alegria e do cultivo das sutis qualidades femininas, burla as hipócritas leis masculinas. Politicamente está a favor da Liberdade dos povos e de sua dignidade. Sua função mais importante é poder juntar a Justiça com a Misericórdia, qualidades pelas quais as Madonas Negras são veneradas pela humanidade.
Tal e qual o Espírito Santo, a parte feminina de Deus é a consoladora dos Aflitos e aparece misteriosamente onde há mais sofrimento do povo e necessidade de amparo, como atestam estas aparições:
Destinada a ser a patrona de seu povo, aparece no século XI Nossa Senhora da Floresta Negra, onde hoje há a Abadia Einsiedeln.
Nossa Senhora Subterrânea surge também por esta época em um antigo recinto sagrado dos druidas, em Chartres.
A Madona Negra de Montserrat foi descoberta entre pedras, por pastores em Barcelona, e a Madona Negra de Prates, dos Pirineus, é descoberta como Artemis em uma árvore.
A Senhora de Guadalupe, a Madona Negra de todas as Espanhas, inclusive do México, é encontrada por um vaqueiro depois de ter passado 600 anos enterrada em um ataúde de ferro.
A Virgem de Copacabana, patrona da Bolívia, é encontrada por pescadores, após serem eles salvos milagrosamente de uma tormenta no lago Titicaca.
No Brasil, em 1717 um pescador acha no rio Paraíba em São Paulo, a Madona Negra Nossa Senhora Aparecida, padroeira de todo o Brasil e venerada hoje na cidade que leva seu nome. É uma pequena e esplendorosa figura feminina preta que se apoia numa lua crescente. Conta a lenda que, ao ser descoberta, esta pequenina estátua torna-se extremamente pesada, impedindo que o pescador a levasse daquele lugar onde foi feita inicialmente uma pequena guarita para ela. Hoje lá existe uma cidade-santuário com basílicas, inúmeras igrejas e toda uma infra-estrutura de uma cidade que já acolheu o Papa e acolhe o ano inteiro peregrinos de todo o Brasil, numa grande, alegre e colorida festa religiosa.
E, na tradição Afro-brasileira, a Madona Negra é nossa orixá Oxum, Grande Mãe, patrona da gestação e dos bebês, dos Rios e dos Mares, do Ouro, do Mel e do Riso, da Beleza, da Sedução, da Astúcia e Sabedoria, nossa Me Ancestral Suprema: Iyamí-Akokó.
O Séquito da Madona Negra
O leão negro e os dons do Espírito Santo
A luz do interior da Terra, brilhante e condensada, é tão negra quanto um buraco negro. Esta é a luz do Espírito Santo.
Os animais sagrados negros, como o leão negro que anunciou a minha cura e guiou-me neste trabalho, vem deste condensado de energia do interior da Terra e pertencem ao séquito da Madona Negra. Porque eles retêm esta luz concentrada, possuem o único, extraordinário poder de lutar contra as forças negras da Magia Negra. Estes animais que têm o dom do Espírito Santo de destruir magia negra são as sagradas contrapartes do negro.
Tudo no universo tem duas partes: uma positiva e uma negativa. O negro dos animais sagrados é a contraparte positiva do negro. Portanto, os animais negros sagrados possuem a qualidade energética que lhes outorga o direito de trabalhar com a força da magia branca, porém dentro da vibração da Magia Negra, podendo assim alcançá-la e destruí-la.
Há um sinal de magia negra quando sérias e repetitivas doenças não podem ser curadas normalmente. E em muitos casos isso é ocasionado por magia negra de vidas passadas que devem ser removidas através de energia xamânica.
Para que o xamã trabalhe com a força dos animais sagrados negros oriunda da Divina Força da Madona Negra, é necessário que ocorra um desenvolvimento pisco-espiritual. Isso aparece ao xamã como um animal dourado (como por exemplo a Corça dourada de Artemis ou o Velocino de Ouro) ou como um animal alado que aparece com asas como um leão alado ou um cavalo alado como Pégaso. Isto indica que nosso Ego está suficientemente desenvolvido para vibrar na mesma faixa de tão poderosas forças e implica em um alto grau de desenvolvimento espiritual xamânico, adquirido através de muitas vidas passadas vividas como xamã.
Para trabalhar com a força da Madona Negra é condição indispensável que quatro poderes sejam harmonizados:
um Animal de Poder que todo xamã possui.
um Animal sagrado negro – que normalmente não é negro, como o leão.
um Animal dourado.
um Animal alado.
Algumas pessoas possuem outras “ferramentas” xamânicas como por exemplo um Caduceu de Hermes de esmeralda – símbolo da medicina, ou outro específico símbolo próprio, muito pessoal, que será usado neste trabalho com a Madona Negra.
Ao cultuar a Madona Negra estamos recebendo os dons do Espírito que, convém lembrar, são Clarividência, Poliglotismo, Clauridiência, Ensinamentos inspirados e Expulsão de espíritos malignos (magia negra), entre outros. E com estes dons a Madona Negra, desde a deusa Inanna até a Virgem Santíssima, chega até nós como o símbolo da integração e resolução dos opostos.
E isto nos ensina que o segredo da Madona Negra e seu Poder é a transmutação de nossa lua interna (alma) em nosso sol interno (espírito), numa eterna Alquimia.
Retirado do Site-Empório Wicca
Beijos carinhosos
Márcia/Naida
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BIBLIOGRAFIA
1. The Cult of the Black Virgin, Ean Begg, Oxon, England, 1985
2. História da Origem da Consciência, Erich Neumann, Munique, 1968
3. At the Table of the Grail, John Matthews, Penguin Books Ltd., 1987
4. Terra Crist, Ken Carey, Kenneth X Carey, 1985
5. Lady of the Beasts, Buffie Johnson, Harper & Row, San Francisco
6. The Fire of Creation, J. J. Van der Leenw
7. Os Nagô e a Morte, Juana Elbein dos Santos, Tese de Doutorado da Universidade de Sorbonne, Vozes, 1977
SOBRE A AUTORA
Carminha é pedagoga, psicóloga clínica com especialização em Jung (PUCSP), arte terapeuta transpessoal (Stanislav Grof -Esalen CA), psicodramatista, Xamã.
Iniciada no Xamanismo em 1981 por Michael Harner (Esalen), funda posteriormente a sua própria escola de xamanismo, a Paz Géia – Instituto de Pesquisa Xamânica, cuja estrutura pedagógica é a integração entre psicologia, antropologia e a sagrada sabedoria do Xamã.
Pertence a The Foundation of Shamanic Studies e a Sociedade Friends of Esalen USA.
É membro didata da Universidade da Paz (UNIPAZ ), em Brasilia, onde ministra as Jornadas Xamânicas na Formação Holistica de Base.
Dedica-se a difusão do Xamanismo desde 1981, através de participação em Congressos Nacionais e Internacionais, palestras, Workshops e Jornadas Xamânicas em todo Brasil e no Exterior (Flórida, Oregon, Bahamas).