Festas juninas
*Inti Raymi*
No Calendário Mágico, dia 21 de junho corresponde ao Solstício de Verão no Hemisfério Norte e Solstício de Inverno no Hemisfério Sul.
Segundo o Anuário da Grande Mãe, de Mirella Faur: para os incas, é o período de Solstício de Inverno, onde celebram a festa do Sol, ou Inti Raymi, para comemorar a colheita do milho. Inti é o Deus Sol. No Egito era comemorado o festival da Queima das Lanternas para as Desusa Isis e Neith. Durante a Lua Cheia homenageava-se a deusa Hathor, que regia o amor, a beleza, a união, a fertilidade. Na Índia um festival feminino para a Deusa Parvati. Na China a celebração de Feng Pó, deusa do tempo. Em Roma era o mês consagrado à Deusa Juno, a padroeira dos casamentos e do feminino. Os Celtas comemoram o Sabat Litha, com fogueiras e danças. Na Polinésia, é o dia da Mãe Ancestral, criadora da vida. Povos Nativos consideram este plenilúnio de Junho, como a Lua dos Amantes, e nós comemoramos o Dia dos Namorados. Os nativos norte-americanos, festejam o retorno dos espíritos ancestrais da natureza. No Tibet é o mês que se comemora o nascimento do grande mestre espiritual Padmasambhava. Na Irlanda, este solstício era dedicado à Deusa das Fadas.
Este Solstício corresponde aos festivais do fogo, e no calendário cristão, são acessas as fogueiras de São João.
Antigamente era muito comum participarmos das fogueiras de São João, ou Folgedos de São João. Hoje a lembrança das festas ficam nas escolas que ainda mantém uma faísca desse ritual de passagem, graças ao folclore, e algumas cidades, principalmente do nordeste brasileiro. O Solstício, é um período propício para transformações. Principalmente as que fazemos dentro de nós mesmos. Essas são as mais importantes. E no fogo queimar tudo aquilo que você já tem consciência que tem que destruir dentro de si próprio.As nossas fixações, os nossos medos, o nosso orgulho, e etc., e acima de tudo, aqueles que possam estar, de alguma forma, estar prejudicando alguém.
Isso é xamanismo aplicado. Nem neo-xamanismo, nem tradicional, e sim xamanismo universal. Tempo para queimar os bloqueios que aparecem em nosso caminho e que não permitem nosso convívio em paz com as pessoas que nos cercam. Poder queimar as travas, o orgulho, a teimosia,que nos impede de estar de bem com a vida.
Purificar através da fumaça os nossos pensamentos, palavras, coração. Elevar com a fumação as nossas preces vizualizadas para o Universo, para Deus.O Solstício é uma grande evento do Calendário dos Mistérios do Planeta. Os iniciados, em todas as partes do mundo unem-se em louvor ao Criador e à Mãe -Terra.
*Santo Antônio* é conhecido como santo casamenteiro. Sua imagem é sempre representada carregando o Menino Jesus nos braços. Os caboclos sabem que é também um “Santo Curador”. Nós poderíamos dizer até um “Grande Xamã”.
Diz-se que em Santo Antônio a fogueira tem o formato de um quadrado.
Ele era conhecido como Pádua. Nasceu em Lisboa, provavelmente em 1195. Combatia as injustiças e desordens sociais, a exploração dos pobres pelos usuários, a má vida de certos setores do clero.
Conta-se que no verão de 1231 ele pediu para ir a um local e lá encontrou um grande nogueira. Não se sabe o por quê, mas o Frei Antonio, pediu para que construíssem uma espécie de cela em cima da nogueira.
E, nesse local ele teve a visão do Menino Jesus. (*Busca da Visão?*).
Certa vez, Santo Antonio foi pregar numa cidade italiana, onde nenhum cidadão queria ouvi-lo, porque tinha chegado a notícia na cidade de que ele era falso e mentiroso. Então, Santo Antonio, dirigiu-se a um rio e começou a pregar para os peixes:
– Caros irmãos! Vou pregar para vocês porque pessoas de coração duro se recusam a ouvir as palavras de Deus!
Nesse momento os peixes começaram a vir para a tona, colocando suas cabeças para fora da água, parecendo ouvir atentamente o que o Santo dizia.
Continuou o sermão agradecendo e elogiando os peixes por seu papel na Criação. Pessoas atraídas pela curiosidade, foram ver o Santo conversando com os peixes, e à noite, uma imensa multidão foi ouvir o sermão de Santo Antonio.
Nas festas juninas ou *JOANINAS*, passamos pela experiência do contato com o fogo (espírito), o ato simbólico da entrega de nossas cabeças para Deus.
Simboliza também a iniciação, a nova vida, a purificação e limpeza, as palavras de fogo da verdade, um forte momento de transformação, são as chaves para entendimento do que representa esse momento no imaginário coletivo cristão.
Meditando no Dia de *São João*, fui reler um livro que ganhei da *Monica Buonfiglio “Jesus – Palavras de Fogo”*, onde há o capítulo : João Batista – o Essênio, que transcrevo sumarizado abaixo:J
João Batista era filho de Isabel e do Sacerdote Zacarias sendo “Yonahon” seu nome original, que significa “Javé o Abençoou”.Desprovido de posses, João era chamado pelo povo de “O Solitário”, por passar muito tempo em recolhimento no deserto e em locais hostís, alimentando-se do que pudesse encontrar a seu dispor na natureza, como mel silvestre e gafanhotos.
Vivia a maior parte de seu tempo como um eremita, preparando-se para a sua missão, que se iniciou, às margens do Rio Jordão, quando Jesus tinha aproximadamente 30 anos. depois que começou sua pregação e seus batismos, passou a ser chamado de João Batista.
A principal virtude de João Batista era sua energia, sua força de vontade e coragem.João Batista vestia-se como um profeta ou como um miserável, pois esse era o hábito dos eremitas essênios, sendo seu traje uma única túnica grosseira. Um traje que representava a liberdade, que cada um pode escolher o seu destino.
João, à beira do jordão, celebrava seus batizados, pregava para multidões cada vez maiores, afirmando que o Reino de Deus estava cada vez mais próximo. Batizava a todos, e pedia às pessoas que repartissem seus alimentos e roupas com os mais pobres.
Por seu comportamento e por suas idéias, João Batista chegou a ser considerado o próprio Messias, por muitos seguidores e mesmo por romanos, que o vigiavam de perto o tempo todo.oão Batista, condenava a fraude e a depravação dos costumes, e pedia o batismo de fogo da penitência.
No deserto, João Batista era um homem em paz, repousando com Deus; mas na cidade, não tinha tempo para conversas com espíritos pacíficos e mansos. Ele era uma fogueira queimando o tempo todo, e espalhando as brasas de suas pregações.
Ao completar 31 anos, Jesus dirigiu-se ao Jordão, onde solicitou a João Batista que o batizasse. Assim fez João, e quando Jesus saiu da água o espírito santo abriu-se sobre Ele, manifestando-se através de uma pomba simbólica, num acontecimento muito pessoal entre Deus e Jesus.Foi nesse instante, talvez, que Jesus tenha tomado a real consciência de qual seria Sua verdadeira missão, o que ele iria reafirmando, aos poucos, através de meditações e orações.
João Batista era um homem intenso, de estatura média, cabelos barba e olhos negros. Irradiava uma energia fora do comum, a ponto de sentir sua presença à distância. Quando pregava, inflamava-se, dizendo, em voz muito alta e aos brados, o que lhe competia pregar.Por fazer denúncias contra Herodes Antipas, filho de Herodes, João foi preso. Isso aconteceu alguns meses depois do nascimento de Jesus.
Apesar da prisão de João Batista, Herodes, não conseguiu nada que o incriminasse, e o soltou, achando-o um homem justo e honesto. Ao contrário do que todos esperavam, as palavras de João fizeram com que o rei meditasse sobre seus maus atos. Mas João ao ser libertado, continuou fazendo denuncias e foi preso novamente. E isso se repetiu outras vezes. Presença constante no palácio, foi visto por Salomé, sobrinha de Herodes, que acabou apaixonando-se por ele, mas não foi correspondida.
Um ano após esses acontecimentos, Salomé dancou em seu próprio aniversário, e sua dança agradou tanto ao Rei Herodes Antipas, que, fascinado, prometeu-lhe o que ela quisesse como presente. Para surpresa e decepção de Herodes, o presente que ela escolhera, era a cabeça de João Batista, numa bandeja. Então João Batista foi decaptado e sua cabeça entregue a Salomé.
Ao ser informado da morte de João Batista, Jesus embrenhou-Se pelo deserto, desaparecendo durante 40 dias e 40 noites. Quando Ele retornou do Seu Retiro, Herodes chegou a acreditar que se tratava de João Batista ressuscitado.
Esta descrição que Monica faz em seu livro, retrata a importância fundamental que João Batista tem na história do cristianismo, preparando os caminhos para Jesus. O dia de São João Batista marca também o Solstício, onde os povos antigos faziam a Cerimônia do Fogo, e tantas outras cerimônias espalhadas no mundo. É mágico, transformador. Jesus chegou a dizer que João Batista foi o maior de todos os profetas, nascidos de uma mulher, que havia existido. Alguns textos sugerem ser ele a *reencarnação de Elias*.
*Simão*, natural da Galiléia, era filho de Jonas e pescador de profissão. Era sócio com seu irmão André e com Tiago e João, de uma pequena frota de barcos pesqueiros.
Durante um período de baixa estação de pesca André, seu irmão, encontrou Jesus e comentou com seu irmão sobre o “Messias”. Simão quis conhecer Jesus e foi observado por ele. Nele via um homem autoritário, impulsivo, entusiasmado, franco, bondoso e extremamente generoso. Jesus, elegeu-o um de seus escolhidos: “a partir de hoje você vai se chamar Pedro“. A partir desse dia, Simão não seria mais pescador de peixes, mas sim de novos homens.
Pedro renegou a Jesus por três vezes. Mas também várias vezes professou sua fé. “aonde iremos, senhor, se só tu tens palavras de vida eterna?” “tu é o cristo, o filho do deus vivo”. “senhor, tu sabes que te amo”. Pedro era o principal apóstolo. Esteve presente nas bodas de Canaã. Foi ele que, em companhia de João foi encarregado de preparar o cenáculo, para a celebração da páscoa.
Quando Jesus foi preso, apenas Pedro e João, o seguiram. Reconhecido, porém, como um dos discípulos, negou que conhecesse Jesus. Chorou muito e se arrependeu, por mais esta negação.
No ano de 64 Pedro estava preso condenado a morrer crucificado. Conseguiu convencer seus carrascos a crucifica-lo de cabeça para baixo, porque não se achava digno de ser tratado como seu divino mestre.
Dia 29 de junho, antigo dia da festa de Rômulo e Remo, considerados pais de Roma, foi escolhido como o dia para a festa de *São Pedro e São Paulo*.
Depois da ressurreição, Jesus aparece pela 3ª vez aos seus discípulos, junto ao mar de Tiberíades. Depois de terem comido, Jesus dirige-se a Pedro:
“Simão, amas-me mais do que estes outros ? Ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Ele lhe disse: Apascenta os meus cordeiros”. E por três vezes Jesus faz a mesma pergunta e lhe ordena para que pastoreie seus cordeiros (Jo,21,15-17). Era a investidura oficial a Pedro para ser o Vigário de Cristo, o Pastor Supremo do Rebanho do Mestre
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Os primeiros 10 capítulos dos Atos dos Apóstolos, descrevem a atuação marcante do apóstolo Pedro, o grande líder da comunidade cristã após a morte de Jesus. É ele quem integra Matías ao colégio dos Apóstolos para substituir Judas; é ele quem faz o primeiro discurso no dia de Petencostes, convertendo 3.000 pessoas; é ele quem realiza o primeiro milagre, curando o homem coxo. Também é ele o primeiro a ser preso como responsável pela nova religião e quem convoca o primeiro concílio dos apóstolos, tomando a palavra no conclave.
Considerado o protetor das viúvas e dos pescadores, São Pedro é festejado no dia 29 de junho com a realização de grandes procissões marítimas em várias cidades do Brasil. Em terra, os fogos e o pau-de-sebo são as principais atrações de sua festa.Depois de sua morte, São Pedro, segundo a tradição católica, foi nomeado chaveiro do céu. Assim, para entrar no céu, é necessário que São Pedro abra as portas. Também lhe é atribuída a responsabilidade de fazer chover. Quando começa a trovejar, e as crianças choram com medo, é costume acalmá-las dizendo: “É a barriga de São Pedro que está roncando” ou “ele está mudando os móveis de lugar”.
No dia de *São Pedro*, todos os que receberam seu nome devem *acender fogueiras* na porta de suas casas. Além disso, se alguém amarrar uma fita no braço de alguém chamado Pedro, ele tem a obrigação de dar um presente o pagar uma bebida àquele que o amarrou, em homenagem ao santo .
A fogueira de São Pedro é triangular. Vocês já perceberam que o *fogo* é uma parte importante nos ritos juninos. Segundo a tradição a fogueira de Santo Antonio é quadrada, a de São João Redonda (alguns fazem quadrada).