Os Salvadores
Num dos textos fabulosos, da maravilhosa *Elsie Dubugras,* jornalista, pintora e estudiosa de fenômenos paranormais, que por três décadas encantou os leitores com seus textos, principalmente publicados na Revista Planeta e que teve seu passamento 2 de abril de 2.006 dia em que completou 102 anos de idade ela narra:
Segundo a antropologia, sendo o homem primitivo um ser selvagem, era natural que ele divinizasse o Sol, a fonte da luz e da vida. Aos poucos concluiu que esse ser superior teria fecundado a Terra virgem com seu calor e com ajuda das chuvas (sêmen?), e que desta união surgiria do Deus da Vegetação, gradualmente transformado em Deus-homem.
Com o passar dos séculos, essa crença se solidificou e ganhou várias versões na mitologia. Um estudo comparado de mitologias e religiões mostra-nos que 16 Salvadores vieram resgatar os pecados do mundo. Todos nasceram de virgens, filhos de deuses, e foram de alguma forma sacrificados por seus contemporâneos. Foram eles as luzes, dos homens.
Os nomes foram retirados do livro The World’s Sixteen Crucified Saviours de Robert Graves e de Rock of Truth de J.A, Finlay : Thulis, Crite, Attis, Thammuz, Hesus, Indra, Bali, Lao, Alcestos, Sakia, Quetzalcoatl, Wittoba, Krishna, Prometeu, Quiriniu e Mitra. A enciclopédia britânica fornece dados sobre alguns desses salvadores.: *Quirinus* – por vezes confundido com Rômulo, era um deus quase tão importante quanto Júpiter e com qualidades semelhantes ao deus Marte. Era cultuado no Quirinal, a sede das Sabinas.
Krishna Deus Hindu conhecido como o Grande Salvador.
Mitra Deus da Luz, Protetor dos Retos, Guardião dos Juramentos, o Inimigo do Mal e da Escuridão, foi considerado o mediador entre os homens e o Ser Superior. Mitra também era considerado o Criador, o Protetor da Vida.
Attis um belo moço nascido da filha do Rio Sangarius, ressucitou depois de sua morte.
Indra uma das entidades mais importantes do panteão védico, é o Deus das Chuvas.
Quetzalcoatl A Serpente Emplumada do México.
Prometeu deus que trouxe o fogo à Terra.
Para simbolizar o espírito das trevas, os católicos adotaram um deus pagão do culto da fertilidade : *Pã,* um ser em forma de bode, com chifres e rabo. Só, que no culto da fertilidade, Pã era uma entidade benigna.
A cruz é um símbolo muito antigo que tem sua origem na adoração do fogo produzido, esfregando-se dois paus. No templo de Luxor (Egito) um quadro esculpido da Anunciação mostra o Espírito Santo egípcio apresentando uma cruz à Virgem. No quadro seguinte, vê-se a Virgem dando a luz a uma criança. Ela é cercada de figuras em posição de oração.
Na cruz foram sacrificados os 16 salvadores que morreram pelos pecados dos homens. Segundo a crença dos povos daquelas épocas, a salvação e a imortalidade eram conseguidas pelo sofrimento e a morte de animais ou de um deus-homem. No entanto, o crucifixo, como símbolo do cristianismo, só foi idealizado no ano de 680 d.C. Antes desta data os cristãos usavam um símbolo tipicamente pagão : o cordeiro dos adoradores de Mitra.
Quanto aos rituais, a água benta era empregada pelos hindus, egípcios, gregos e romanos. O próprio batismo é uma cerimônia antiga, sendo que o infantil é de origem romana. A eucaristia era um ritual pagão celebrado logo após as colheitas, em agradecimento a Ceres e a Baco. As palavras de agradecimento eram mais os menos as seguintes : Esta é a carne da deusa e este é o sangue de nosso deus. Em tempos mais remotos, usava-se sacrificar um animal, pois acreditava-se que o sofrimento da vítima redimia os homens.
Muitas virgens mães de deuses eram conhecidas como Maria, Miriam, mariana, Mara, Maia. O poeta romano Ovídio (43 aC. 18 dC) cita outro deus salvador : Esculápio, que também nasceu de uma virgem e cuja vida é semelhante à de Jesus Cristo.
Também a vida do deus Bel, dos babilônios, em muito se assemelha, Bel é aprisionado, julgado e chicoteado e levado ao monte com dois criminosos, um dos quais é perdoado e solto. Após chegar ao monte, Bel desaparece e a cidade sofre um tumulto. As vestes de Bel são levadas embora e uma mulher, em prantos procura-o na entrada do lugar onde ele fora sepultado. Bel, por fim ressuscita.
Diversas divindades dos tempos antigos que tinham um deus como pai e uma virgem como mãe tiveram sua vinda anunciada astrologicamente, isto é segundo a posição dos astros no céu. Quando eles nasciam, ouvia-se uma musica celestial e um coro de vozes angelicais avisando que a benção recairia sobre a Terra. Na ocasião dos nascimento de Buda, o coro celestial declarou que ele viera para o benefício dos homens.
Por outro lado, em diversos casos os tiranos que governaram os países quando do nascimento dos pequenos deuses tentaram mata-los, obrigando os pais a fugir para outros lugares a fim de salvar-lhes a vida.
A história de *Krishna* tem 346 incidentes semelhantes aos encontrados nos Evangelhos. Algumas imagens mostram um homem crucificado com uma tira ao redor da cabeça, que poderia representar uma coroa de espinhos. O mesmo ocorre em Mitra, o deus persa nascido 400 anos antes de Cristo; Osíris, o deus dos egípcios, e as lendas envolvendo Pitágoras, prometeu, Apolônio e outros iluminados.
As igrejas católicas e a de outras seitas cristãs ainda hoje tem suas fachadas voltadas para o Oriente, onde nasce o Sol.