Pahu – Tambor – Som de Poder
É instrumento de percussão e um símbolo sagrado de poder
Os havaianos descendem de antigos polinésios e sua rica cultura foi criada através de gerações no Havai. O Pahu, tambor havaiano, é feito de madeira e coberto com pele de tubarão. Usado desde tempos remotos, é um típico instrumento ritual e tradicional de musica e dança. A música por ele produzida representa os princípios fundamentais dos havaianos, a percepção do tempo e a sincronização da musica tradicional.
A presença física do pahu, representa nos dias atuais, a ligação com antigas tradições no Havai. O som preserva a histórica “literatura tradicional” do havai. O tambor, foi trazido do Tahiti para o Hawai por La’amaikahiki em torno de 1250 a.C. “sounding over the oceans”.
Pahu é conhecido no haiti e em outras partes da polinésia Central. Era o instrumento dos *Ali’i* (chefes) e usado nos templos (*heiau*) em rituais e na *Hula Kapu* (danças sagradas). Acredita-se que La’amaikahiki introduziu dois tipos de tambores no Havai. O grande Tambor – *Pahu Heiau* – usado nos rituais dos templos e o pequeno tambor de dança – *Pahu Hula*
Na tradicional literatura musical do pahu, o som produzido pelo tambor se chama *Leo*, “a voz”. A parte superior onde se bate chama-se *Waha* ou “boca”. Durante a prática de rituais ao ar livre nos templos, *Pahu* era o instrumento através do qual os deuses falavam através de *Leo*, “a voz”.
Corre ainda hoje por todas as ilhas, que as vozes do Palu Heiau são ouvidas em certas noites, nos restos arqueológicos dos templos. O tradicional Pahu é entalhado em uma única peça de madeira, geralmente de um coqueiro ou a árvore fruta-pão. A câmara de som está entre a bacia, coberta com pele de tubarão na parte superior, e na base entalhada em arcos na parte inferior. A membrana de pele de tubarão é amarrada por cordas entrelaçadas na base dos arcos.
O Pahu era usualmente batido com as duas mãos e para produzir sons mais fortes, eram usadas baquetas feitas de tiras de pele de tubarão chamadas *Puniu* ou *Kilu* ou pequenas varetas de madeira chamadas *Ka*. Pahu era feito com muito cuidado. cada etapa da construção, era acompanhado por cantos e preces especiais.
Acreditava-se que o poder das preces uniria a pele de tubarão à madeira e as amarras para sempre. A membrana da pele de tubarão que o cobria, era esticada e amarrada com cordas trançadas de tiras de pele de tubarão chamadas de *Aha*. Estas tiras eram presas entre arcos esculpidos na base. As linhas dos arcos invertidos escavados na base *Hoaka* simboliza a figura humana com os braços estendidos acima da cabeça. é uma visão poética que representa o homem sob a sombra dos deuses.
Era dado ao Pahu nomes próprios, passados de geração em geração. Pahu era considerado um objeto de Mana (poder) e Kapu (santidade). produzia sons que carregavam o conhecimento de gerações de allí’i (chefes) e Kahunas .
Pahu Heiau era batido por um Kahuna dentro do Heiau, sinalizando as atividades de um conjunto de cerimônias. podia significar o nascimento de um chefe, acompanhado de preces e ritos dos Kahunas e Alli’i. Palu Hula era também usado por Alli’i ou seus representantes, a fim de acompanhar os movimentos da Hula Kapu.
Provavelmente chamava-se Haá, o termo mais apropriado para os movimentos da dança. Em 1819, houve a queeda da religião tradicional e da abolição do sistema Kapu havaiano. adotou-se o cristianismo introduzido pelos missionários da Nova inglaterra. Em 1820, o papel teatral de pahu foi gradualmente trasnferido para acompanhar *Hula’auana* (dança popular). Remanescente do kapu, o ciclo do aprendizado da dança continuou. Depois de 1820, palu Heiau não era mais usado abertamente, mas em menor escala ou ocultamente.
Com a proximidade do século XX, as tradições musicais e de dança, exceto de palu hula, desapareceram.
A MUSICA DO PAHU
A tradição musical havaiana é essencialmente vocal. Instrumentos de percussão musical nunca são tocados sozinhos mas sempre acompanhados de cânticos e dança. O *Mele*- cântico em poesia era executado em uma variedade de estilos musicais, cada um com uma particularidade. eles eram escolhidos de acordo com a função apopriada para a ocasião. *Mele Pule*, os cânticos de preces, eram endereçadas aos deuses e aos descendentes de Alli’i. Mele pertencia individualmente a cada um , que o recebia como uma herança passada de geração em geraçãos na família. a família e seu mele estavam associados ao lugar onde viviam e o lugar a que pertenciam.
O cântico endereçado à pessoa do chefe, particularmente aos altos chefes, guardavam genealogia, nascimento, história, descendentes e os sagrados atributos individuais. Tudo isto caracterizava o sagrado e poderoso mele pule. Os cânticos podiam ser executados em dois tipos:
* Mele Oli, cânticos executados sem instrumentos de acompanhamento e dança.
* Mele Hula, cânticos com instrumentos que acompanhavam as ocasiões de dança.
O *Mele Hula Pahu*, cânticos com dança e tambor e pele de tubarão, deviam ser formais, sagrados e endereçados aos deuses e aos altos chefes. eles eram freqüentemente introduzidos por Mele Pule, acompanhado também por procissão e dança, *Hula Ka’i* que eram cantadas no estilo *Oli*, na qual o ritmo do texto dos cânticos não coincidem com as batidas do tambor. A própria Hula é cantada em um estilo muito similar ao oli, mas nele o texto e a dança coincidem com o ritmo do tambor.
Alguns tipos de Mele Pahu eram excessivamente sensuais remanescentes das antigas práticas, chamadas *Ume* – jogos sexuais usados pelos chefes caracterizados pela performance de mele e hula pahu.
Os tipos usados de ritmos de tambores eram provavelmente numerosos. Deste universo musical só dois tipos foram preservados. estes sinalizavam o nascimento dos chefes do heiau. Estes dois tipos foram preservados, graças a uma gravação feita em 1945 feita pelo Museu Bishop.