Salvia Divinorum
A MARIA PASTORA
A Salvia Divinorum pertence à família das sálvias ou mentas. É um arbusto silvestre que chega a medir aproximadamente um metro de altura, sua folhas são ovaladas e chegam a quinze centímetros. Possue folhas com coroas brancas e cálices púrpuras. É original de Oaxaca, México e era cultivada pelos mazatecas para adivinhações e cura. Para alguns índios era associada com a Virgem Maria de Guadalupe.
Um antropólogo da década de trinta, Jean Basset, mencionou uma infusão chamada de “Erva Maria” que provocava visões e era usada para adivinhações por um povo do México, na década de cinquenta o Dr. Weitlaner reportou o uso de “Maria Pastora ou Ska Pastora ” entre os mazatecas de um pequeno povo de Oaxaca. Na década de sessenta Gordon Wasson e Albert Hofmann levaram mostras da planta para identificação, onde deram o nome científico de Salvia Divinorum, salvia = salvar, e divinorum = dos adivinhos.
Segundo Wasson, era conhecida no Antigo México em náhuatl como pipiltzintzintli, que significa significa “A Mais Nobre Princesa”. Pipiltzintzintli refere-se a algo extremamente nobre, conotando a superioridade da planta aos olhos dos ancestrais. A Sávia Divinorum permaneceu quase desconhecida até a década de 90 quando um etnobotânico Daniel Sieberg comEçou seus experimentos e os publicou na internet.).
As folhas de Maria Pastora são usadas de forma oral, em infusões e mastigações. Na Europa e nos EUA, são fumadas folhas secas, ou extratos muito poderosos, que são fumados em cachimbos de água, acendido com isqueiros maçaricos, pois a substância ativa Salvinorina A tem uma temperatura de vaporização muito alta, e se fumada como cigarro ou com um isqueiro convencional não produz os efeitos desejados.
Mastigando folhas frescas os efeitos iniciam 30 minutos depois da ingestão e se prolongaram durante um pouco mais de uma hora. Fumada, faz efeito em aproximadamente trinta segundos. Os extratos variam em sua potência em 5X, 10X, 15X, 20X. À partir do 10X todos são extremamente potentes, desaconselháveis, sobretudo para principiantes.
Aparentemente a salvinorina-A não atua através de nenhum dos neurotransmisores conhecidos.Estudiosos tem dito que sua molécula não e alucinógena e sim onirógena; significa que dispara o mecanismo cerebral que troca o estado de vigília pelo de sonho, estado que pode ser chamado de “Sonho Lúcido ”
Há muita informação sobre esta planta na internet. Mas muitas vezes são informações desencontradas, ou não confiáveis, contendo imprecisões, exageros e até mentiras levianas. A manipulação de informações realizada pelos meios de comunicação é um fato inegável e uma pessoa que busca conhecimento deveria estar alerta para isso. Uma fonte de informação recomendada é o “Guia do Usuário da Salvia Divinorum”, de Daniel Siebert, traduzido em várias línguas, neste endereço: http://sagewisdom.org/usersguide.html
Há vários livros publicados, embora nenhum ainda em português. Há uma bibliografia no fim da página pesquisa.
Até o momento, a ciência farmacológica considera que a planta Salvia Divinorum não possui qualquer substância entorpecente, ou que cause dependência física ou psíquica. Na verdade, tem-se observado que os elementos ativos da planta, Salvinorin A e Salvinorin B, são compostos moleculares únicos em seu gênero e que, portanto, não se enquadram em nenhuma classe de substâncias proscritas ou proibidas pela normas brasileiras e internacionais. Entretanto, sabe-se que o governo da Austrália criminalizou o uso desta planta em junho de 2002 assim como a Dinamarca em 2003 sendo, até agora, é os únicos países que tomaram semelhante diretriz. Também não há notícia de processos judiciais envolvendo o uso, posse, ou comércio de Salvia Divinorum em qualquer lugar do mundo. A fim de manter-se atualizado sobre o status de legalidade da Salvia Divinorum no mundo, verifique:
http://www.erowid.org/plants/salvia/salvia law.shtml
PIPILTZINTZINTLI
Sangirardi JR. cita que R. Gordon Wasson esclarece que esta labíada é sempre cultivada, não se encontra em estado espontâneo. os antigos cronistas espanhóis a ela se referiam como *hierba*, com as variedades masculina e feminina; macho e hembra. e wasson conclui que o pipltzintzintli dos astecas, a divina planta da era pré-colombiana, deve ser identica á Sálvia Divinórun, hoje invocada pelos Mazatecas em suas súplicas religiosas. As folhas da erva, depois de esmagadas na metade, são infusas em água e filtradas, embora registros coloniais mencionem a utilização de raízes, ramos e flores, possivelmente porque a planta tem virtude divina em todas as suas partes.
Informa R. E Schultes que as folhas também podem ser mascadas frescas. Os efeitos são semelhantes aos dos cogumelos sagrados, porém de menor duração. o característico são desenhos coloridos e tridimensionais em movimento caleidoscópio.