Sundance

 

Quero discorrer um pouco sobre a cerimônia Wiwang Wacipi – Sundance ou a Dança do Sol.

 

A DANÇA DO SOL

Trata-se de um dos grandes ritos dos nativos norte-americanos, que ficou conhecido no filme : O Homem Chamado Cavalo. Faz parte dos Sete Rituais Sagrados passsados pela Mulher Novilho Búfalo Branco, que também passou o Cachimbo Sagrado – Chanumpa .

Hoje em dia ela é feita principalmente por índios, mas, eu mesmo presenciei a presença de brancos.

Nesse rito o sacrifício do corpo é oferecido.O dançarino tem seu músculo peitoral perfurado por um piercing que é atado em tiras de couro, onde é içado e pendurado numa árvore ( que simboliza a arvore da vida )

Quero compartilhar a minha experiência com os nativos Tayac – USA :

As 9:30 conforme o combinado, fui com John, Juan e Lucas para o Sundance da tribo Tayac. Ao chegarmos, fomos recebido por um nativo que ficou impressionado com o livro, (O Vôo da Aguia ) pedindo que fosse levado para seu chefe para uma conversa.Para entrar não foi permitido levar camera fotográfica, conforme eu já esperava.

Foi feita a purificação na entrada. Ao chegarmos , os dançarinos ( sundancers ) com suas saias vermelhas, proporcionavam um verdadeiro espetáculo visual, com muita força.Participamos da dança.A cerimônia iniciou-se com os chefes falando sobre o momento, o 4 e último dia de cerimônia.São 4 dias de dança e 8 de festividades, incluido chanumpá e inipi.

 Participamos da dança. A cerimônia iniciou-se com os chefes falando sobre o momento, o 4 e último dia de cerimônia. São 4 dias de dança e 8 de festividades, incluido chanumpá e inipi.

Iniciando o Sundance um participante foi perfurado pelas costas, mas, não foi içado , foi-lhe amarrado uma corda com 4 crânios de búfalo, e, ele ia dançando o tempo todo, em volta do espaço circular, no sentido horário, até a carne ser rompida.

Um enorme tambor era tocado por 8 nativos, que entoavam canções de poder em microfones.

Logo em seguida, outro sundancer foi perfurado nas costas, içado na arvore. Foi puxado através um tronco de árvore amarrado na outra ponta da corda, por 4 homens.

Ele ficava no alto, com penas de águia nas mãos, imitando o seu vôo enquanto tocava um apito que imitava o seu som. Fez evocações, e gritou bem alto sua intenção na dança :

– NO DRUGS – NO ALCOHOL ! ( situações que afligem as comunidades indígenas, aliás todas as comunidades do mundo) Ficou pendurado por, aproximadamente 30 minutos. Após isso o chefe se dependurou em seu corpo, forçando-o para baixo até romper sua carne.

Todo o tempo, os convidados dançavam sob o ritmo do tambor. Mulheres, crianças e outros, acompanhavam a dança bem de perto. A cada evocação musical para Wakan Tanka / Tankashila todos levantavam os seu braços para o céu.

Ficou pendurado por, aproximadamente 30 minutos. Após isso o chefe se dependurou em seu corpo, forçando-o para baixo até romper sua carne.
Todo o tempo, os convidados dançavam sob o ritmo do tambor. Mulheres, crianças e outros, acompanhavam a dança bem de perto.

O detalhe curioso é que eles usavam luvas plásticas para fazer a perfuração, adaptando-se à nova realidade humana.

O terceiro sundancer foi pendurado pelo músculo peitoral.

A cada evocação musical para Wakan Tanka / Tanka Sheela todos levantavam os seu braços para o céu.

Após a cerimônia foi distribuido o cachimbo sagrado para todos os participantes e na sequência são recebidos os voluntários para a dança dos próximos 4 anos, que, antes conversavam com os seus padrinhos.É assumido um compromisso de dançar pelos próximos 4 anos consecutivos, e caso não cumpram, quem deverá cumprir é o padrinho. Eles fazem o compromisso publicamente perante a todos. As crianças participam normalmente da dança ( não perfuram )

Segundo um nativo, todo o mal do passado se rompe juntamente com a carne.

Depois, os homens são homenageados por todos, tocados por todos e entram na sweat lodge.

Ler isso pode parecer um espetáculo de horrores, mas posso garantir que não é. O clima é de uma verdadeira festa, as crianças super alegres. Cheguei a ficar observando sómente o semblante de um dançarino, e não consegui ver nenhuma alteração na fisionomia, no momento da perfuração ou do içamento. É uma prova de concentração e de vencer os limites impressionante. Sem contar a força da forma pensamento de um danciro acumula nesse momento.

A árvore do mundo é como a ponte da terra com espíritos

 

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