Tourada – A Dança da Morte

A DANÇA DA MORTE
(COLETÂNEA)

Acredita-se que as touradas foram iniciadas na Ilha de Creta entre os anos 2200 e 1400 a.C. e que deveriam fazer parte de um ritual religioso, que sacrificava o touro no final. Passam para seus espectadores uma falsa idéia de lufa de vida ou morte entre o homem e o touro.

Muitas vezes, antes de entrar na arena, seus chifres são limados para não perfurarem o toureiro. Na maior parte das touradas o animal sai após ficar enjaulado por várias horas, sem comer, sem luz, e fica ofuscado pelo sol e perdido no meio de tantos ruídos. Aí chegam os toureiros e fazem o touro correr em volta da arena, para que o matador conheça bem as características do animal.

Quando o matador entra com sua capa vermelha, entra na arena um picador, a cavalo, e  fere os músculos do dorso do animal com uma afiada lança de aproximadamente 14cm, repetindo essa operação de três a quatro vezes. O animal fica com terríveis dores, o sangue jorra em grandes quantidades e sua mobilidade é reduzida.

Daí entram em cena outros chamados bandarilheiros, que lançam até seis arpões com bandeiras, tendo como alvo às feridas criadas pelo picador. Nos movimentos do touro, as bandeiras se movem, dilacerando a carne e os nervos. Colocadas no pescoço, dificultam ao touro subir a cabeça acima de um certo nível.

Após isso entra em cena o herói, o matador, no momento em que o touro já está exausto, confuso, morrendo lentamente e, com toda a sua coragem e força, com sua capa vermelha para esconder o sangue do animal, dá alguns passos e introduz sua longa espada no coração do touro.

Alguns desses heróis, não tem muito boa pontaria, então devem repetir a operação, enfiando repetitivamente a sua espada no touro, que com dores alucinantes, luta pela sua sobrevivência. A maioria dos touros morre sufocada pelo seu próprio sangue, pois os matadores acabam perfurando seus pulmões, ao invés do coração. Se, mesmo assim o animal ainda sobreviver, um punhal no pescoço paralisa o touro.  Completando o trabalho, alguns cortam suas orelhas ou rabo e atiram para os espectadores como recordação.

É impressionante como pessoas que tem alguma sensibilidade, possam incentivar essa monstruosidade, e o pior, como empresas podem patrocinar esse espetáculo de horrores, até mesmo para crianças. Como tal barbárie pode ser considerada um ato de heroísmo, incentivada pela própria população, que aplaude esse show macabro?

Felizmente, no mundo inteiro, crescem as manifestações anti-touradas e, principalmente, nos próprios países onde são realizadas.

 

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